O jornal O Globo informou que o
Ministério do Trabalho localizou mais 15 pessoas trabalhando como
escravos em carvoaria de São Paulo. Entre estes, seis são piauienses do
município de Barras. Os resgates fazem parte da operação identificada
como 'Gato Preto'. Diferente de outros trabalhadores resgatados na
véspera por estarem em condições análogas à escravidão em carvoarias da
região, o grupo identificado agora trabalhava como escravos - eles não
tinham qualquer registro e só recebiam pelo trabalho a cada quatro
meses.
"Não é uma condição análoga, mas
trabalho escravo simplesmente. Quando recebem o cheque do empregador, de
quatro em quatro meses, eles vão direto ao mercado para pagar as
contas. E toda a roupa que usam no trabalho, inclusive as botas para
roçar a lenha, é comprada eles próprios", disse um agente que participou
da ação.
A carvoaria, que foi autuada e
interditada, é fornecedora exclusiva da Carvão Cacique, uma marca
sediada em Bragança Paulista. Após a blitz, no final da manhã, os
auditores do Ministério Público do Trabalho e os agentes da PRF seguiram
para a cidade para fechar o estabelecimento da Cacique onde o carvão é
embalado.
Os piauienses resgatados foram
identificados como Patrício Alves de Souza, 19 anos, Francisco José dos
Santos Lima, 18 anos, Francisco Jesus Brito, 32 anos, Antonio José da
Silva, 25 anos, Francisco de Souza Araújo, 24 anos e Carlos Augusto
Alves de Souza, 24 anos. Eles foram enganados com uma proposta de que
ganhariam um salário de R$ 1.045, que nunca receberam.
A operação Gato Preto foi deflagrada
na terça-feira e em blitzes realizadas em 10 carvoarias dos municípios
de Piracaia, Joanópolis e Pedra Clara — todas na região de Bragança
Paulista — foram encontrados sete menores e 16 pessoas trabalhando em
condições análogas à escravidão. Seis dessas carvoarias foram
interditadas.
Duas marcas de carvão para quem essas
carvoarias interditadas forneciam e embalavam os produtos, a Carvão São
José e a Tennesse, ambas com sede em São Paulo, estão sendo autuadas
nesta quarta-feira pelos auditores do Trabalho.
Com informações do Jornal O Globo
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