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18 setembro 2014

Ex-vereador de Parnaíba, Júlio Napoleão revela como foi a gestão de Zé Filho em Parnaíba

Zé Filho não chegou para entrevista que seria concedida no início desta semana ao Piauí TV 1a Edição, programa da TV Clube de maior audiência da televisão local. Marcada desde o dia 21 de agosto, a participação do candidato à reeleição pela coligação “Piauí no Coração”  foi desmarcada meia hora antes do programa ter início. O desperdício do espaço, concedido por um dos principais veículos da imprensa piauiense, gerou dúvidas quanto a razão de  Zé Filho abrir mão de tamanha audiência em plena campanha. Assista a matéria do Piauí TV 1a Edição.

Os sobressaltos de comportamento do governador e candidato à reeleição pela coligação “Piauí no Coração” têm preocupado políticos e eleitores. 

O passado de Zé Filho em Parnaíba
Na tarde da última terça-feira(17), o ex-vereador de Parnaíba, Júlio Napoleão, chegou ao Capital Teresina segurando uma pasta empoeirada. Nela, dezenas de documentos colecionados durante o primeiro e único mandato de Zé Filho com prefeito de Parnaíba. Recibos, projetos de lei, cópias de cheques e contratos que foram firmados entre a prefeitura e empresas privadas. Júlio deixou a vida política, mas não abandou a oposição ao ex-prefeito e atual governador do Piauí.

Conhecido como o “homem da mala preta”, o jovem vereador de 18 anos atrás tornou-se um senhor de cabelos brancos. Ele procurou o Capital Teresina e pediu espaço para revelações sobre o que aconteceu na gestão de Zé Filho em Parnaíba entre os anos de 1996 e 2000. Segundo Júlio Napoleão: “um desastre”.

Recentemente num discurso em Parnaíba, ao pedir voto para sua reeleição, Zé Filho clamou por “uma segunda chance” aos habitantes da segunda maior cidade do Estado. O que há por trás deste pedido?

Fracasso administrativo e falta de compromisso
Como prefeito, salário maior que o do Presidente da República
Um dos documentos apresentados por Júlio é um projeto de lei encaminhado por Zé Filho à Câmara Municipal de Parnaíba em 1999. Ele definia o salário do prefeito e vice-prefeito do município. Naquele ano, o salário mínimo no Brasil era  R$ 136,00. O salário pretendido por Zé Filho, e aprovado pela Câmara, era de R$ 9.000,00. Naquele ano, o salário do Presidente da República Fernando Henrique Cardoso era de R$ 8.500,00. “Ele tinha a Câmara na mão. Pagava o salário dos vereadores em dinheiro. Eu era oposição. Ele me deixou sem receber o salário por quatro meses, tive que entrar na justiça.

O ex-vereador continuou a apresentar os documentos. Num deles, uma empresa hoteleira tinha contrato para a coleta de lixo da cidade.

“Ele tinha tudo para ser um grande político. Veio uma família de políticos. Mas fez tudo errado”, continuou o relato. “Esta mala é conhecida como a mala preta. Fui transportando para ela toda a documentação que podia provar todo o descaso de uma administração mal feita”, disse Júlio Napoleão.

 Os últimos 3 meses de Zé Filho como prefeito


Ex-vereador de Parnaíba, Júlio Napoleão apresenta documentos que, segundo ele, demonstram o caos da gestão de Zé Filho na cidade


No ano de 2000, Zé Filho não conseguiu se reeleger como prefeito de Parnaíba. Derrotado nas urnas, segundo o ex-vereador, Zé teria abandonado a administração do município. “Os últimos três meses de mandato deste cidadão, quando ele abandonou a nossa cidade, todos eles levaram as traças, tiraram até os pneus, rodas, [os carros da prefeitura] ficaram em cima de tocos de madeira. Todos os computadores foram tirados, CPU’s, quer dizer, tirou o coração do computador. Como se poderia fiscalizar um mandato se todos os computadores tinha sido detonados.” Em toda a entrevista, o conterrâneo de Zé Filho manteve um tom de apelo. “Vamos mostrar para o Piauí quem realmente é o Zé”. Concluiu.


Comportamento incompatível com imagem de estadista
No discurso proferido num evento do Partido Social Democrático – PSD ocorrido há pouco mais de três meses, Zé Filho declarou: “...não adianta ficarem com saudade porque basta eu sumir um dia que dizem que sou fujão, agora, dizer que eu não gostos de tomar uísque, quem é que não gosta? Eu gosto do que é bom, não tenho culpa, fui criado deste jeito, por que eu vou dizer que não gosto?.” Na ocasião, políticos que formavam a mesa de honra do PSD dobraram gargalhadas, dentre eles, o deputado federal Hugo Napoleão.


Durante toda sua campanha para permanência no Karnak, a imprensa alternativa do Piauí levantou uma série de suspeitas sobre a ausência de Zé Filho em alguns eventos e a relação que isso teria com o a frequência que o atual governador consume bebidas alcoólicas.

No último dia 31 de agosto, centenas de pessoas esperavam o candidato a governador Zé Filho(PMDB) em União, município distante 62km de Teresina. Eram os festejos da cidade. Mas ele não foi visto pela população, ou pelo menos, pela maioria dela. Alguns cidadãos testemunharam o estado ébrio de Zé Filho.

O prefeito do município, Gustavo Medeiros, identificou a condição inapropriada para um Chefe de Estado apresentada por Zé Filho e pediu aos assessores do governador que o retirasse dos festejos. Zé Filho chegou em União, mas não ficou.

Outra recente passagem pelo interior do Piauí foi marcada por ausência e vexame. Numa cidade do sul do Estado, Zé Filho não conseguiu comparecer ao evento programado. O motivo seria o mesmo: consumo de álcool.

Novamente o álcool
Zé Filho em Luzilândia: uísque numa tarde de segunda-feira, antes do comício
Em Luzilândia, no último dia 15 de setembro, em plena segunda-feira e numa atividade política, Zé Filho conversava numa mesa com líderes políticos. Lá estavam o deputado federal Átila Lira e o estadual Ismar Marques, ambos do PSB. Era véspera de um comício e o sol ainda estava forte. Uma foto do encontro vazou pelas redes sociais. Além da companhia dos políticos, a presença do litro de uísque, apenas dois copos na mesa, um deles, do governador. Era uma segunda-feira.

O consumo de álcool no Brasil
Em 2007, o Governo Federal realizou um estudo sobre o consumo de álcool no Brasil. Os dados revelam que, entre os homens adultos, apenas 11% bebem todos os dias e 28% consomem bebida alcoólica de 1 a 4 vezes por semana – estes são os que bebem “muito freqüentemente” e “freqüentemente”.
Há um risco maior para quem faz uso de bebidas alcoólica nessa intensidade como parece ser, de acordo com o seu comportamento, o caso do governador Zé Filho. Existe um padrão de consumo que pode ser considerado de baixo risco e pouco tóxico É o caso do adulto sem nenhuma doença, que bebe até duas doses de vinho por dia, ou dois copos de cerveja, ou uma dose de destilado. Na gravidez, porém, uma dose diária de álcool é suficiente para intoxicar o feto.

No País existem políticas públicas que tentam inibir o crescimento do consumo de álcool. Há poucos anos, o Conselho Nacional de Auto regulamentação Publicitária instituiu regras para divulgação de bebidas. Na norma seguida por anunciantes, agências de publicidade e veículos de comunicação, é vedada a associação do consumo do produto ao desempenho de qualquer atividade profissional. O uso constante e a apologia feita pelo governador Zé Filho ao uso de bebidas alcoólicas é incompatível com sua posição. Ele é uma figura pública.


Fonte: Chamada geral

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