A Polícia Federal (PF) deflagrou ontem
(20) operação para desarticular um esquema de facilitação irregular no
desembaraço imigratório e sanitário e nos procedimentos do tráfego
marítimo que ocorria no Porto do Rio de Janeiro, com a participação de
agentes públicos.
A Operação Arcanus envolveu a
participação de cerca de 300 policiais federais e contou com o apoio da
Marinha do Brasil. Os policiais federais cumprem oito mandados de prisão
temporária, 33 de condução coercitiva e 37 de busca e apreensão na
capital, além de Niterói e São Gonçalo, no Grande Rio. Os policiais
federais atuam, também, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, e
na cidade de Parnaíba, no Piauí.
Segundo informações da PF, os mandados
de prisão foram expedidos contra cinco servidores da Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (Anvisa) e três policiais federais. Um soldado
da Marinha deve ser conduzido coercitivamente pela polícia para prestar
depoimento.
O esquema funcionava a partir dos
funcionários da Anvisa que emitiam um Certificado de Controle Sanitário
de Bordo para as embarcações, sem efetivamente inspecioná-los. Os
policiais federais envolvidos deixavam de adotar o procedimento
imigratório regular, segundo o comunicado da PF.O nome da operação,
Arcanus (termo em latim que significa oculto, escondido), refere-se ao
modo como os crimes teriam sido praticados em áreas de controle e acesso
restrito do porto.
Os presos serão indiciados dependendo
da participação e do grau de envolvimento de cada um. O comunicado da
Polícia Federal disse que os crimes envolvem corrupção ativa, corrupção
passiva, concussão (quando servidor público exige dinheiro ou vantagem
em razão da função que ocupa), inserção de dados falsos em sistemas,
organização criminosa, falsidade ideológica e uso de documento falso.
Com informações do G1