Três
prostitutas suspeitas de matar, esquartejar e espalhar as partes do
corpo de um motorista de ônibus em Higienópolis e na Sé, em São Paulo,
foram fotografadas nuas pela polícia. De acordo com o G1, as 27 imagens
foram feitas após a prisão delas e entre os interrogatórios.
Para
entidades de direitos humanos, houve abuso de poder. Em agosto de
2014, a Justiça considerou as fotografias do exame de corpo de delito
feitas pelo Instituto Médico-Legal (IML) desnecessárias e determinou a
retirada e o arquivamento de 18 dessas imagens para “preservar a
dignidade” das mulheres. Nove continuam anexadas ao processo.
Entre
junho e julho do ano passado, as prostitutas Marlene Gomes, de 57 anos,
e Francisca Aurilene Correia da Silva, de 35 anos, e a vendedora Marcia
Maria de Oliveira, de 33 anos, foram clicadas em nu frontal, de costas,
sem sutiã e com roupas íntimas. O trio está detido na Penitenciária
Feminina de Franco da Rocha, Grande São Paulo, à espera do julgamento
pelo assassinato do motorista Alvaro Pedroso, de 55 anos, em março de
2014.
“Me
senti ofendida, constrangida. Eu não queria ficar pelada, não havia
motivo”, disse Marlene. “Não entendi por que fomos obrigadas a ficar
peladas. A gente não estava machucada nas partes íntimas”, completou
Marcia. Segundo o G1, o material fotográfico foi produzido pelo IML, que é subordinado à Superintendência da Polícia
Técnico-Científica (SPTC), que, por sua vez, responde à Secretaria da
Segurança Pública. Questionada pela equipe de reportagem, a pasta da
Segurança negou qualquer irregularidade nas fotografias.
Entidades
procuradas pela equipe de reportagem para comentar a denúncia das
presas avaliaram que, independentemente de a maioria das fotos ter sido
retirada do processo, o IML não poderia ter obrigado as presas a se
despir e nem ter fotografado elas nuas e seminuas sem razão aparente.
O crime
Marlene,
Marcia e Francisca são rés no processo que as julgará pelo assassinato e
esquartejamento do motorista Alvaro em março de 2014. O corpo dele foi
separado em 20 partes, que foram ensacadas e acabaram espalhadas no
Cemitério da Consolação, em Higienópolis, e na Praça da Sé, ambas na
região central da capital.
O
próximo passo do caso será a Justiça marcar a data do julgamento do
trio. Se condenadas, poderão pegar a pena máxima, que são 30 anos para
cada uma.
Fonte:bocãonews
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