O Judiciário e a Procuradoria Geral de Justiça do Estado do Piauí tem muito a explicar para a opinião pública piauiense sobre o vazamento de um processo que correu em segredo de Justiça, do qual nem a vítima teve acesso, que terminou com a condenação de um promotor de Justiça. O caso voltou à tona nesta segunda-feira (30), quando um portal de notícia estampou em manchete todo o processo, mostrando detalhes da ação que condenou a autoridade do Ministério Público, acusada e condenada por perseguir uma jornalista, que teve a privacidade invadida. Em uma postagem no Facebook, a mãe da vítima reclama que a família não foi ouvida, não foi procurada ou procurou, nem autorizou qualquer divulgação sobre o processo, muito menos exposição da filha. “Não temos ideia de como o jornalista teve acesso aos autos do processo que correu em segredo de justiça pelo fato do réu ser um promotor de justiça, visto que nem nós da família tivemos”, reclama. A mãe lembra que todos da família sofreram muito durante meses, pelo desconhecimento de quem era o responsável pela invasão da privacidade da filha e também pela exposição, temendo que a jovem voltasse a sofrer com o problema “causado por uma pessoa sem escrúpulos”. “Não divulgamos porque essa sociedade hipócrita e nojenta em que vivemos, comandada por homens e mulheres machistas condenam a vítima pelos crimes que sofre”, escreveu. “Mas sempre estive e estou preparada tanto para confrontar o perseguidor, para mim um avatar virtual com problemas de identidade, quanto as distorções midiáticas que por ventura venham a ocorrer”, conclui a postagem.
Por Paulo Pincel
