Dois oficiais das Forças Armadas brasileiras vinculados a uma missão de paz da ONU foram feridos quando o carro em que viajavam foi atacado nesta terça-feira (1º) por uma multidão na capital da República Centro-Africana.
A capital Bangui vive uma onda de violência generalizada após um atentado a tiros que deixou ao menos 15 mortos em uma igreja nesta terça.
As vítimas são um oficial do Exército, o tenente-coronel Carlos Henrique Martins Rocha, e uma da Marinha, a capitão-de-corveta Márcia Andrade Braga. O carro foi atacado a pedradas, mas a dupla conseguiu escapar com ajuda de um policial da ONU. Após a saída dos militares, a turba incendiou o carro.
Segundo relatos, Rocha sofreu ferimentos mais graves pois usou o próprio corpo para proteger a colega das pedradas. O militar do Exército sofreu ferimentos na cabeça e foi transferido para Uganda para receber um tratamento médico mais completo. A oficial da Marinha está se recuperando na própria República Centro-Africana.
Ainda não está claro o motivo do ataque e quem o realizou. A dupla trabalhava na Minusca, a missão de paz da ONU na República Centro-Africana.
Nesta terça-feira, 15 pessoas foram mortas em um ataque a tiros em uma igreja próxima do bairro PK5, um enclave muçulmano em uma cidade de maioria cristã. Uma mesquita muçulmana também teria sido atacada, mas não há informações sobre vítimas.
Grupos cristãos conhecidos como Anti-balaka disputam o poder no país com milícias muçulmanas chamadas de ex-Seleka. Os brasileiros não estariam no local do atentado na igreja, mas teriam sido pegos em reflexos de uma onda de violência que se espalhou pela cidade após as mortes.
O Ministério da Defesa disse que o estado do tenente-coronel é estável e sua família está recebendo assistência. Um adido militar está a caminho de Kampala, em Uganda para acompanhar a recuperação de Rocha.
No início de abril, o governo brasileiro recusou um pedido da ONU para enviar um batalhão com 750 militares para participar da missão de paz e tentar frear a onda de violência que assola o país. O convite foi negado devido à falta de verbas.
Os militares vítimas da multidão já participavam da missão de paz no país antes de a ONU solicitar ao Brasil o envio de tropas.
Fonte:.uol