Quero que a poesia seja o tempo
que não passa de um mistério revelado.
A hora do futuro,
o instante da memória ousada.
Quero que o poema
reserve o rosto de ontem
e que a beleza persista
em permanecer
no passado.
A face eterna das frutas,
o sabor de um pomo preservado,
essa maçã avermelhada.
Quero o minuto dos deuses,
a música da musa impávida
e o olhar do poeta encantado.
Ainda agora,
desejo a palavra numinosa
que sagre cedinho
o ventre secreto
da estrela impetuosa!
- A força covarde,
que devota solidões
e saudades implacáveis.
Poema de Diego Mendes Sousa.
CARICATURA de Diego Mendes Sousa, por Robson Araujo.