O empresário Francisco da Costa Araújo Filho, "Araujinho", dono de shopping e um dos homens mais ricos e influentes da região de Picos, é apontado como o chefe da organização criminosa que grilava terras nas praias de Amarração, Macapá, Carnaubinha e Ilha Grande, no litoral do Piauí, inclusive ameaçando de morte os moradores antigos dos terrenos nas praias. Os "nativos" eram expulsos de seus imóveis por milicianos pagos pela quadrilha.
O coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado, promotor de Justiça Rômulo Cordão, revelou na manhã desta quarta-feira (5), em entrevista ao Bom Dia Piauí (TV Clube), que além de Araujinho, fazem parte da quadrilha Manoel Barbosa, dono de cartório em Luís Correia, onde a documentação dos terenos eram "esquentadas", e o ex-vice prefeito de Luís Correia, Luis Neto, genro do prefeito de Parnaíba, Mão Santa.
Segundo Cordão, também integram a organização criminosa o advogado João Marques, um funcionário público da prefeitura de Luis Correia, identificado como Madson Roger, que seria sócio da empresa Servicon; um capitão e um soldado da Polícia Militar do Piauí, que eram o braço armado do esquema, atuando como milicianos na expulsão dos nativos.
Os crimes cometidos pela organização vem sendo investigados há mais de um ano pelas operações "Sal da Terra", que apurou a ação dos policiais militares; e ‘Nullius Terram’, que cumpriu dezenas de mandados de prisão e de busca e apreensão contra os chefões do bando.
Denúncia
As investigações sobre a grilagem de terras públicas no litoral do Piauí começaram no ano passado, após denúncia recebida pelo Ministério Público do Estado de que condomínios estavam sendo construídos em terrenos públicos, com a conivência de funcionários da Prefeitura Municipal de Luís Correia.
Madson Roger confirmou, em depoimento, que obteve ajuda de pessoas de dentro da prefeitura de Luís Correia para legalizar os terrenos alvo das investigações do MPPI.
Fonte: Gaeco/MPPI