Em um verdadeiro golpe contra a transparência, 17 vereadores, incluindo parlamentares da situação e da oposição, votaram de forma escondida o Projeto de Lei Complementar Nº 02/2025, enviado com pedido de urgência pelo prefeito Francisco Emanuel (PP) à Câmara Municipal de Parnaíba.
O projeto, que autoriza a contratação temporária de 180 professores, foi aprovado sem critérios claros e objetivos, levantando sérias suspeitas de uso político e pessoal das vagas. A votação ocorreu na quinta-feira (29/05), por volta das 11h, a portas fechadas, no gabinete do presidente da Câmara, vereador Daniel Jackson — uma prática absolutamente irregular e antidemocrática.
Nem mesmo a imprensa ou o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais (SINDESERM), Leandro Lopes, foram autorizados a acompanhar a sessão. A Câmara, que tradicionalmente transmite todas as sessões — inclusive extraordinárias — em seu canal do YouTube, simplesmente não transmitiu essa votação.
A pergunta que fica é: por que esconderam essa votação da população?
O que estavam tentando esconder?
Resultado da Votação:
1Vereador(a)PartidoVoto1 Daniel Jackson Publicano SIM
2 Geraldinho União (Brasil) SIM
3 Batista do Catanduvas (PP) SIM
4 Zé Filho Caxingó (MDB) SIM
5 Neta da Kolping (REDE) SIM
6 Renatinho (Publicano) SIM
7 Samaronne Pinheirão (MDB) SIM
8 David Soares (PV) NÃO
9 Joãozinho do Trânsito (MDB) SIM
10 Neta Castelo Branco (PP) SIM
11 Fátima Carmino (PT) Absteve
12 Edcarlos Gouveia (PP) SIM
13 Enf. Taylon Andrades Publicano SIM
14 Francisco Bigode (PL) SIM
15 Ronaldo Prado (REDE) SIM
16 Ruan Benício (União Brasil) SIM
17 Maksuel Brandão (Podemos) SIM
18 Thiciano Ribeiro (PL) SIM
19 Beto (PSD) SIM
Resultado final:
17 votos a favor
1 voto contra
1 abstenção
Suspeitas e Irregularidades
Em 02 de abril, o prefeito convocou Daniel Jackson e outros vereadores para uma reunião a portas fechadas, das 21h até 3h da manhã, no sábado seguinte.
O projeto ficou engavetado por quase três meses, mesmo com pedido de urgência, enquanto o prefeito supostamente negociava com vereadores da base e da oposição.
Informações vazadas à imprensa apontam que um vereador teria solicitado 144 portarias em troca do voto favorável — uma denúncia gravíssima.
Embora o prefeito tenha publicado uma nota vaga em seu Instagram negando os fatos, o presidente da Câmara Daniel Jackson não se pronunciou até hoje em relação de que um suposto vereador teria pedido as 144 portarias denunciado em um site.
Depois da votação, começam as indicações políticas?
Nas redes sociais, já circulam mensagens do tipo “envie seu currículo”, mas, segundo uma fonte da reportagem, as indicações estariam sendo feitas diretamente pelos vereadores que votaram SIM ao projeto, deixando de fora profissionais que não têm ligação política.
Isso fortalece a suspeita de que o projeto não visa atender o interesse da população ou da educação, mas sim beneficiar aliados políticos.
Enquanto isso, a cidade sofre
Mesmo com elogios de alguns vereadores ao prefeito Francisco Emanuel em canais de TV, Parnaíba enfrenta sérios problemas na saúde e educação. Já são seis meses de gestão e nenhuma melhoria real foi sentida pela população.
Uma CPI na saúde foi abafada.
Denúncias feitas por profissionais da área foram ignoradas pela Câmara.
O presidente do Conselho Municipal de Saúde tentou denunciar um caso de corrupção, mas nada aconteceu.
Ministério Público pode agir
De acordo com apurações do Portal do Águia, já foi enviada uma denúncia ao Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) com os seguintes questionamentos:
Por que a votação foi secreta e sem transmissão?
Por que um projeto com pedido de urgência ficou parado por quase 3 meses?
Quem está sendo contratado e com base em quais critérios objetivos?
O MPPI pode pedir:
A anulação do projeto,
A realização de um novo concurso público,
A responsabilização dos envolvidos por improbidade administrativa.
E a população, o que pode fazer?
Cobrar dos vereadores explicações públicas.
Pressionar o MPPI para agir com firmeza.
Participar das sessões da Câmara e exigir transparência total.
Divulgar os fatos nas redes sociais e na imprensa.
Exigir que as contratações sejam baseadas no mérito, e não em política.
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