Os contratos firmados pela Prefeitura de Ilha Grande, município com pouco mais de 9 mil habitantes segundo o Censo 2022, têm despertado a atenção do Ministério Público do Piauí (MP-PI). Em especial, uma contratação recente de mais de R$ 2,4 milhões para obras de pavimentação asfáltica vem gerando questionamentos por parte de moradores e órgãos de controle.
O contrato em questão foi firmado com uma empresa da cidade de São Luís, no Maranhão, com valor exato de R$ 2.475.549,10, (Dois milhões quatrocentos e setenta e cinco mil quinhentos e quarenta e nove reais e dez centavos) mas sem detalhamento público de quantos metros ou quilômetros de vias serão pavimentadas. Diante da ausência de transparência, a equipe do Portal do Águia já anunciou que, após a conclusão das obras, solicitará formalmente ao Ministério Público que acompanhe a medição das áreas asfaltadas, para verificar a compatibilidade entre o serviço executado e o valor pago.
Assinaturas sob suspeita e acúmulo de cargos
Outro ponto que chama atenção é que, embora a prefeita Marina Brito (PP) seja a chefe do Executivo, a maioria dos contratos está sendo assinada por seu sobrinho, Antônio Defrisio Ramos Farias, conhecido como “Tony Farias” ou “Doutorzinho”, atual secretário municipal de Administração e Fazenda.
Tony Farias é alvo de uma denúncia formal apresentada ao Ministério Público por possível acúmulo indevido de cargos e recebimento simultâneo de salários em duplicidade. Segundo relatos, ele exerce funções em duas pastas estratégicas da gestão municipal, o que pode configurar ilegalidade administrativa.
Evolução patrimonial também está na mira
Ainda de acordo com as denúncias, o Ministério Público também investiga a evolução patrimonial do secretário. Entre os anos de 2019 e 2020, Tony Farias recebia um salário de R$ 1.500 da Prefeitura de Buriti dos Lopes.
No entanto, a partir de 2021, já exercendo cargo em Ilha Grande, ele passou a ser sócio proprietário a uma empresa com capital declarado de R$ 1 milhão. Populares também apontam que o servidor seria proprietário de imóveis, uma lancha e uma revendedora de carros seminovos, o que levanta suspeitas sobre possível enriquecimento ilícito.
Prefeitura responde com notas, mas é acusada de divulgar fake news
Em meio às denúncias, circulam nas redes sociais notas supostamente emitidas pela prefeitura negando qualquer irregularidade e classificando os fatos como “fake news”. No entanto, o Portal do Águia afirma que todas as matérias publicadas foram baseadas em documentos oficiais, investigações próprias e registros públicos.
O veículo reforça seu compromisso com a verdade e a transparência, e destaca que continuará acompanhando de perto o andamento de todas as denúncias encaminhadas ao Ministério Público, até que sejam devidamente esclarecidas.
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