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Prefeito da segunda maior cidade do Piauí acumula denúncias de nepotismo, licitações milionárias e uso de empresa suspeita para aquisição de veículo de luxo. Ministério Público e Tribunal de Contas monitoram o caso.
O prefeito de Parnaíba, Francisco Emanuel (Progressistas), enfrenta uma das maiores crises políticas desde que assumiu a gestão, há apenas oito meses. Denúncias de nepotismo, irregularidades em licitações milionárias e a suspeita de ligação com uma empresa de fachada usada para aquisição de uma caminhonete de luxo colocam em xeque a continuidade de seu mandato.
O Ministério Público do Piauí (MPPI) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) já acompanham os casos e não descartam o aprofundamento das investigações, que, segundo analistas, podem culminar em um processo de cassação do mandato.
Nepotismo e suspeita de “funcionária fantasma”
Entre as denúncias mais recentes está a nomeação da prima do prefeito, Lívia Pereira de Aguiar Loyla, em cargo comissionado na Prefeitura de Parnaíba com salário acima de R$ 5 mil.
O problema é que a servidora também é concursada em Araioses-MA, onde cumpre jornada de 40 horas semanais. A incompatibilidade de horários levanta suspeitas de que ela não exerça de fato suas funções em Parnaíba, reforçando a acusação de que se trata de uma suposta “funcionária fantasma”.
Caminhonete de luxo e empresa sob suspeita
Outra polêmica envolve a compra de uma caminhonete Hilux de luxo, avaliada em aproximadamente R$ 300 mil. O veículo foi adquirido por uma empresa que até pouco tempo tinha como propriedade o próprio prefeito.
Embora as cotas da companhia tenham sido transferidas para o primo do gestor, Francisco Herbert da Silva Fontenele, de apenas 22 anos, o prefeito foi flagrado utilizando o automóvel.
A empresa, inicialmente registrada como F.E. Cunha de Brito Engenharia e Consultoria EIRELI, passou a se chamar FH Serviços e Consultoria LTDA, com nome fantasia EB Engenharia e Consultoria.
O endereço informado pela empresa — um apartamento no Condomínio Dunas II, em Parnaíba — não apresenta qualquer sinal de atividade empresarial, segundo moradores. Ainda assim, documentos da Secretaria da Fazenda do Piauí mostram que todas as 06 certidões da firma estão atualizadas.
A suspeita de que a empresa seja de fachada levanta a possibilidade de investigação da Polícia Federal, tanto sobre a compra da caminhonete quanto sobre eventuais contratos públicos.
Licitações milionárias sob questionamento
A administração também foi alvo de críticas por processos licitatórios considerados exagerados e sem justificativa clara.
R$ 2,5 milhões para compra de balas, bombons e doces — cancelada após denúncia da imprensa.
R$ 32 milhões para asfaltamento de ruas — suspensa pelo TCE-PI por suspeitas de irregularidade.
R$ 32 milhões para aquisição de móveis para a prefeitura — alvo de questionamentos por 02 vereadores da oposição.
Somados, os valores ultrapassam R$ 66 milhões, cifra considerada desproporcional frente à realidade financeira de Parnaíba.
Pressão política e silêncio preocupante
O acúmulo de escândalos em tão pouco tempo de mandato já gera desgaste significativo para o prefeito. O MPPI recebeu diversas representações contra a atual gestão, e o clima político se torna cada vez mais desfavorável para Francisco Emanuel.
Especialistas avaliam que o conjunto das denúncias pode abrir caminho para pedidos formais de cassação do mandato, principalmente diante da pressão da opinião pública e do fortalecimento da oposição.
Outro ponto que gera revolta é o silêncio do prefeito e dos 17 vereadores da Câmara Municipal, que até agora não se pronunciaram oficialmente sobre os casos. Para a população, a omissão apenas reforça a sensação de conivência e descaso.
Indignação popular
Enquanto o prefeito se mantém em silêncio e os órgãos de fiscalização seguem acompanhando os fatos, a população de Parnaíba observa com indignação e desconfiança os rumos da gestão municipal.
Com a segunda maior cidade do Piauí mergulhada em denúncias e sob suspeitas de corrupção, cresce a pressão por respostas concretas e por medidas que devolvam à administração pública a credibilidade perdida em poucos meses.
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