A saúde pública de Parnaíba voltou a ser alvo de polêmica. Em meio às constantes reclamações da população sobre a precariedade do atendimento no SAMU e no Pronto Socorro Municipal, a Prefeitura realizou contratações emergenciais de profissionais da saúde com salários que chegam a R$ 90 mil por apenas seis meses de trabalho, o equivalente a R$ 15 mil por mês.
De acordo com o Processo Administrativo nº 29572/2025-PMP/PI, a médica Taicy Ribeiro Fideles Rocha foi contratada pela Secretaria Municipal de Saúde para atuar em regime de plantão no SAMU, entre julho e dezembro de 2025. O contrato, assinado em 1º de julho de 2025, tem valor global de R$ 90 mil, fundamentado em dispensa de licitação nº 20/2025, conforme o artigo 75 da Lei nº 14.133/2021.
Além deste, outros contratos de médicos seguem a mesma tabela de valores, reforçando o peso financeiro das contratações temporárias na folha da saúde municipal.
A divulgação dos valores gerou indignação em parte da população, que vê um contraste entre salários considerados “de luxo” e a dura realidade enfrentada pelos usuários do sistema público. Não faltam relatos de demora no atendimento do SAMU, carência de médicos em unidades básicas e limitações na estrutura do Pronto Socorro.
Diante disso, crescem os questionamentos:
Por que a Prefeitura de Parnaíba não realiza concurso público para suprir de forma definitiva a carência de profissionais da saúde?
Como justificar contratos temporários de alto valor enquanto a população enfrenta filas e dificuldades para ser atendida?
Existe transparência suficiente na aplicação dos recursos destinados à saúde?
Enquanto contratos milionários continuam sendo assinados, a população permanece à mercê de um sistema que não consegue atender plenamente as necessidades de quem depende exclusivamente do SUS. O caso levanta dúvidas sobre a gestão dos recursos públicos e coloca a administração municipal sob crescente pressão para prestar explicações.
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