A recente contratação milionária feita pela Prefeitura de Cocal-PI, sob o comando do prefeito Cristiano Brito (Republicanos), vem gerando polêmica e indignação popular. O município assinou em 04 de agosto de 2025 um contrato no valor de R$ 2.404.564,50 (Dois milhões, quatrocentos e quatro mil, quinhentos e sessenta e quatro reais e cinquenta centavos) com a empresa Exatus Informática Ltda, de Parnaíba, para fornecimento de materiais de informática durante apenas 12 meses.
O processo foi realizado por meio do Pregão Eletrônico nº 029/2025, com homologação assinada pelo secretário municipal de Administração, João Paulo Magalhães Pereira, tendo como base a Lei nº 14.133/21, a nova legislação de licitações.
Dois milhões em tecnologia: prioridade duvidosa
O valor desperta questionamentos não apenas pelo montante elevado, mas também pelas prioridades da atual gestão. O contrato equivale a um gasto médio de R$ 200 mil por mês somente com material de informática — cifra considerada exagerada para uma cidade que ainda enfrenta problemas básicos em saúde, infraestrutura e educação.
“É revoltante. A gente precisa de remédio, de médico, de escola funcionando, e o prefeito vai gastar mais de dois milhões em informática? Parece piada de mau gosto”, protestou uma moradora.
A Exatus Informática Ltda não é uma novata no cenário de licitações do litoral piauiense. A empresa já venceu diversos contratos milionários em municípios vizinhos, o que levanta suspeitas de favorecimento ou, no mínimo, de uma concorrência limitada no setor. Em várias cidades, empresários locais reclamam que sequer conseguem participar das disputas, já que sempre aparecem “as mesmas empresas” levando os contratos mais gordos.
“Quando vemos contratos vultosos sendo sempre vencidos pelas mesmas empresas em diferentes prefeituras, é necessário acender o sinal de alerta. Pode haver vício de competição, sobrepreço ou até direcionamento de edital. Cabe aos órgãos de controle investigar com rigor.”
A decisão do prefeito Cristiano Brito acontece em um momento em que sua gestão já vinha sendo criticada por gastos considerados supérfluos e pela lentidão em resolver demandas essenciais da população. O contrato de informática se tornou combustível para opositores e para a insatisfação popular, que cresce nas redes sociais com cobranças de explicações.
“Esse contrato é a prova de que o prefeito não governa para o povo, mas para interesses de empresas amigas. Enquanto a população sofre, eles fazem a festa com dinheiro público”, disparou um líder comunitário da cidade.
O contrato, contudo, deve entrar na mira do Ministério Público do Piauí e do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI), que podem apurar indícios de sobrepreço, irregularidades no pregão e desvio de prioridades administrativas.
O Portal do Águia deixa espaço aberto para manifestação da Prefeitura de Cocal e da empresa Exatus Informática Ltda.
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