Ilha Grande, no Piauí, município com apenas 9.274 habitantes segundo o Censo 2022 do IBGE, se vê novamente no centro de polêmicas. A prefeitura acaba de firmar um contrato milionário para fornecimento de material gráfico no valor de R$ 1.734.121,75 (um milhão, setecentos e trinta e quatro mil, cento e vinte e um reais e setenta e cinco centavos).
O documento, datado de 21 de julho de 2025, aponta como empresa vencedora a Mauro Sérgio Brito Vieira Ltda.. A vigência é de 12 meses, o que significa que o município desembolsará mensalmente cerca de R$ 144.510,15 em serviços gráficos.
O valor surpreende e causa estranheza: afinal, que tipo de material gráfico pode justificar um contrato de quase dois milhões de reais em uma cidade de pequeno porte?
Para piorar, o contrato traz falhas graves de transparência. Não consta a assinatura clara do responsável, levantando dúvidas se foi a própria prefeita Marina Brito quem assinou ou se o documento foi novamente autorizado por seu sobrinho, Tony Farias, secretário de Administração e Fazenda. Vale lembrar que Tony já foi alvo de questionamentos por assinar outros contratos milionários em nome da gestão.
A situação reforça as suspeitas de que a Prefeitura de Ilha Grande estaria utilizando adesões de atas de registro de preços — um mecanismo legal, mas frequentemente questionado por abrir brechas para contratações de valores altíssimos sem ampla concorrência.
Diante da falta de clareza e do histórico de denúncias, o caso já está sendo encaminhado ao Ministério Público do Piauí (MPPI), que deve apurar possíveis irregularidades neste novo contrato.
Enquanto isso, a população questiona: de que forma a Prefeitura justifica gastar quase dois milhões em material gráfico, quando tantas áreas da cidade carecem de investimentos básicos em saúde, educação e infraestrutura?
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