Juliana Portela, lotada na Secretaria de Saúde, é apontada em denúncias como articuladora de grupo digital ligado a supostas ofensivas políticas. Polícia Civil e Ministério Público investigam o caso.
O clima político em Parnaíba (PI) voltou a ficar tenso após denúncias que apontam o uso da estrutura da Prefeitura em supostas ações coordenadas de ataque a adversários políticos. Em meio à repercussão, vereadores anunciaram que irão convocar a servidora comissionada Juliana Portela para prestar esclarecimentos na Câmara Municipal.
Juliana é lotada na Secretaria Municipal de Saúde e, segundo parlamentares de oposição, teria participado de grupos e articulações virtuais voltadas à defesa do prefeito Francisco Emanuel Cunha Brito (Progressistas) e à disseminação de mensagens ofensivas contra vereadores e jornalistas locais.
As acusações ganharam força após a divulgação de prints e mensagens atribuídos à servidora, onde ela supostamente marcava reuniões com aliados em um grupo de WhatsApp, que incluía o blogueiro Erlan Bastos, para discutir novos ataques digitais.
Suposta reunião e uso da máquina pública
De acordo com informações apuradas pelo setor de inteligência do Portal do Águia, a reunião teria contado com cerca de 12 participantes e teria como pauta ações virtuais contra vereadores de oposição e comunicadores locais.
As denúncias indicam que Erlan Bastos ficaria responsável por divulgar as publicações em suas redes sociais, enquanto Juliana Portela coordenaria os disparos e compartilhamentos em grupos de mensagens.
Entre os principais alvos dos ataques estariam os vereadores David Soares (PV), Zé Filho do Caxingó (MDB) e Fátima Carmino (PT). O vice-prefeito, Dr. Darlan Barros, chegou a gravar um vídeo condenando as ofensivas contra o Legislativo, classificando a prática como “intolerável e antidemocrática”.
Investigações e denúncias graves
Os vereadores afirmam haver indícios de uso político da máquina pública, o que configuraria irregularidade administrativa grave. O objetivo da convocação é ouvir a versão da servidora e esclarecer se houve envolvimento direto de outros membros da gestão municipal nas ações denunciadas.
O caso também está sendo acompanhado pelo Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) e pela Polícia Civil, que investigam a possível existência de uma milícia digital financiada com recursos públicos para atacar opositores.
Fontes ligadas às investigações afirmam que o prefeito Francisco Emanuel é citado em depoimentos como possível financiador das ações digitais. O gestor já é alvo de investigações em órgãos de controle como TCE-PI, MPF, MPPI e TCU por supostas irregularidades em contratos milionários firmados sem licitação.
Dossiê de 935 páginas
Um dossiê de 935 páginas, encaminhado às autoridades piauienses pelo jornalista Marcelo Generoso, do Amazonas, detalha acusações contra o blogueiro Erlan Bastos e a suposta rede digital. O documento reúne boletins de ocorrência, prints de conversas e relatos de vítimas de ataques virtuais.
Segundo o dossiê, Erlan Bastos acumula mais de 400 boletins de ocorrência em diversos estados brasileiros incluindo Piauí, Ceará, São Paulo e Rio de Janeiro por crimes como extorsão, coação e difamação, estelionato.
Em um dos episódios relatados, o repórter Ernande Souza, do Portal do Águia, teve dados pessoais expostos em um grupo de mensagens com mais de 150 pessoas. O caso foi registrado na Delegacia de Polícia Civil de Parnaíba e segue em investigação.
Pressão política sobre o prefeito
Com a repercussão das denúncias, cresce a pressão política sobre o prefeito Francisco Emanuel. A oposição afirma que o caso reforça um “padrão de perseguição e manipulação digital” dentro da gestão municipal.
Parlamentares já sinalizam que, caso novas provas confirmem o uso da estrutura pública em ataques virtuais, poderão votar pela abertura de um processo de impeachment.
O Portal do Águia informa que o espaço segue aberto para manifestações dos citados nesta reportagem.

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