Blogueiro Erlan Bastos expõe dados pessoais de repórter investigativo e é acusado de perseguição e envolvimento com esquema político em Parnaíba.
Mais uma vez, o “pistoleiro digital” volta a agir. Na madrugada deste domingo (26), o blogueiro Erlan Martins dos Santos, conhecido no meio das fofocas como Erlan Bastos, cometeu mais um crime virtual contra a imprensa piauiense.
O alvo da vez foi o repórter investigativo Águia, que teve seus dados pessoais CPF, endereço, nome da mãe, telefone e data de nascimento divulgados em um grupo de mensagens com cerca de 154 pessoas.
O grupo, segundo apuração do Portal do Águia, é administrado por Renato Santos e Hugo Otávio, dois aliados do blogueiro. A publicação ocorreu por volta da 1h12 da madrugada deste domingo (26/10). Já por volta das 07h30, um veículo VW Gol preto, ostentando a placa QPJ1B23, passou várias vezes em frente à casa do repórter, em baixa velocidade.
A placa, no entanto, pertence a uma caminhonete 2018 de Belo Horizonte (MG) o que indica possível clonagem.
Assustado com o ocorrido, o repórter entrou em contato com comandantes do 2º BPM e 27º BPM, relatando o caso e o comportamento suspeito do veículo. Viaturas da PM foram acionadas e fizeram rondas pela área. Em seguida, o jornalista foi à Delegacia Regional de Polícia Civil de Parnaíba, onde registrou boletim de ocorrência contra Erlan Bastos por crime virtual.
Ficha extensa e denúncias em vários estados
Durante o registro, agentes da Polícia Civil confirmaram que Erlan Bastos possui uma longa ficha criminal, com centenas de boletins de ocorrência registrado naquela delegacia.
Um dossiê enviado pelo jornalista Marcelo Generoso, de Manaus, reúne mais de 400 registros contra o blogueiro, com crimes que vão de extorsão e estelionato até difamação, calúnia, coação e ameaças.
Entre as vítimas, consta até o nome de uma delegada da Polícia Civil do Piauí, que move processo judicial contra Erlan. Esses 400 boletins são de vitimas Rio de Janeiro, Bahia, Cuiaba, São Paulo, Ceará, Goiás, Piauí.
“Será que a Polícia Civil vai esperar que o pior aconteça?”, questiona o repórter Águia.
“Será que vão precisar me ver morto para só então agirem?”, desabafa o jornalista, cobrando uma posição firme do secretário de Segurança Pública, Chico Lucas, diante dos crimes cometidos por Erlan Bastos.
Suspeita de financiamento político
O caso ganha contornos ainda mais graves após denúncias dos vereadores David Soares e Zé Filho do Caxingó, que afirmam estar sendo perseguidos e acusam o prefeito de Parnaíba, Francisco Emanuel, de financiar as ações criminosas do blogueiro.
Justiça deve ficar em alerta
Vítimas alertam ainda o Poder Judiciário para que audiências com Erlan Bastos sejam presenciais, e não por videoconferência.
De acordo com os relatos, o blogueiro costuma alegar viagens e tenta evitar comparecimentos físicos, o que levantaria suspeitas de manobras para escapar de uma suposta prisão em sala de audiencias.
“Por que ele tem tanto medo de encarar uma audiência presencial?”, indagam as vítimas.
“Será porque sabe que pode sair de lá algemado?”
Um alerta às autoridades
O caso de perseguição ao repórter Águia reacende o alerta sobre a impunidade dos crimes digitais no Piauí e no Brasil.
Mesmo com centenas de boletins registrados em diferentes estados, Erlan Bastos segue solto, mudando constantemente de endereço e número de telefone, especialmente linhas da operadora Claro com DDD (86), onde já foram identificados mais de dez números usados por Erlan.
“Estamos diante de um criminoso digital reincidente, perigoso e articulado. Se a polícia não agir agora, pode ser tarde demais.”
O repórter encerra o desabafo pedindo ao Ministério Público e à Secretaria de Segurança que tomem providências urgentes antes que aconteça uma tragédia maior.
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