O Ministério Público do Piauí (MPPI) poderá abrir uma investigação para apurar supostas irregularidades envolvendo o prefeito de Parnaíba, Francisco Emanuel, e um grupo de 13 vereadores. A denúncia surge após um encontro reservado entre o gestor municipal e os parlamentares, ocorrido em um restaurante da cidade, logo após rumores de um possível pedido de impeachment ganharem força nas redes sociais.
Segundo o denunciante, o prefeito teria ficado “abalado” diante da possibilidade de abertura de um processo de afastamento e, imediatamente, buscou apoio político. Para isso, teria recorrido ao deputado estadual Rubens Vieira na tentativa de mediar um acordo com os vereadores. Dos 19 parlamentares, apenas 13 compareceram à reunião — cujo conteúdo permanece desconhecido.
O que chama atenção é que, no dia seguinte ao encontro, a Prefeitura iniciou uma série de exonerações e nomeações, substituindo servidores por outras pessoas. A movimentação repentina levantou suspeitas de que cargos públicos estariam sendo usados como moeda de troca para garantir apoio político na Câmara.
A situação se agrava quando se observa que, em 14 de outubro, o Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI) já havia emitido alerta ao prefeito Francisco Emanuel: Parnaíba atingiu o índice de 56,22% em despesas com pessoal — acima do limite máximo de 54% definido pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Mesmo diante do risco de sanções e da obrigatoriedade de conter gastos, o prefeito continuou realizando nomeações, contrariando recomendações técnicas do tribunal.
O documento enviado ao MPPI não cita apenas o prefeito: os 13 vereadores presentes na reunião também foram denunciados. De acordo com o autor da denúncia, os parlamentares têm conhecimento dos supostos escândalos envolvendo contratos milionários da gestão e das investigações já em andamento no TCE-PI, mas seguem agindo de maneira omissa.
Apesar de se apresentarem à população como “fiscais do povo”, os vereadores estariam ignorando possíveis irregularidades e contribuindo para a manutenção de um cenário de suspeitas dentro da administração municipal.
Francisco Emanuel já é investigado simultaneamente por quatro órgãos de controle: MPF, MPPI, TCE-PI e TCU. As denúncias incluem contratos suspeitos, gastos elevados e possíveis violações administrativas.
Na representação encaminhada ao MPPI, o denunciante pede que o órgão solicite oficialmente a ata ou qualquer registro da reunião ocorrida no dia 17 de novembro entre o prefeito e os vereadores. A intenção é esclarecer se houve acordos políticos envolvendo cargos, benefícios ou outras vantagens que possam configurar improbidade administrativa.
Enquanto isso, a população de Parnaíba acompanha com preocupação o cenário, aguardando respostas claras dos órgãos de fiscalização e transparência por parte do poder público municipal.
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