A Secretaria de Segurança Pública do Piauí desencadeou, nas primeiras horas desta sexta-feira (21/11), a segunda fase da Operação Laverna, realizada pela Polícia Civil e Polícia Militar em Parnaíba. A ofensiva teve como foco o cumprimento de medidas cautelares contra um grupo de influenciadores digitais investigados por suposto envolvimento em crimes virtuais, incluindo divulgação de plataformas de apostas proibidas e promoção de rifas irregulares nas redes sociais.
Entre os investigados estão S. C. dos S. (Sarah Brenna), L. M. B., L. C. M. J. e J. V. A. P. (conhecido como Júnior Mídia). Todos são apontados como responsáveis por impulsionar conteúdos que, segundo a polícia, induziam seguidores ao erro e estimulavam ganhos ilusórios por meio de jogos ilegais, como o famoso “Jogo do Tigrinho”, além de rifas clandestinas.
As apurações revelam que Sarah Brenna, L. M. B. e L. C. M. J. usavam suas páginas para veicular vídeos editados, depoimentos falsos, sorteios e links personalizados com o objetivo de atrair participantes para os esquemas de apostas. Já Júnior Mídia teria se especializado na divulgação de rifas supostamente beneficentes, mas sem qualquer prova de que os valores arrecadados eram realmente destinados às finalidades anunciadas.
Movimentação financeira milionária levantou suspeitas
O cruzamento de dados financeiros reforçou os indícios de irregularidade. Segundo a investigação:
L. M. B. movimentou R$ 213.606,60;
S. C. dos S. (Sarah Brenna), R$ 1.311.784,32;
A. S. H. A. S., marido de Sarah, R$ 1.664.582,01;
L. C. M. J., R$ 637.783,14;
J. V. A. P. (Júnior Mídia), R$ 1.173.117,64, valor composto majoritariamente por milhares de microtransferências entre R$ 0,02 e R$ 20,00 — padrão típico de rifas clandestinas.
Todos os valores são incompatíveis com qualquer renda formal apresentada pelos investigados, conforme destaca a Polícia Civil.
Crimes em apuração
O delegado Ayslan Magalhães explica que o conjunto de evidências incluindo ausência de declaração de renda, movimentações atípicas e uso de empresas de pagamento digital ligadas a jogos ilegais fortalece suspeitas de crimes como:
estelionato,
indução do consumidor ao erro,
exploração de loteria não autorizada,
ocultação de bens e lavagem de dinheiro.
“A Polícia Civil seguirá firme no combate aos crimes digitais. Não vamos permitir que redes sociais sejam usadas para enganar consumidores ou facilitar apostas e rifas ilegais”, afirmou o delegado.
Origem do nome da operação
Laverna, que dá nome à operação, é a deusa romana associada a atos furtivos e fraudes, simbolizando o caráter oculto das práticas investigadas.
Forças de segurança envolvidas
A ação foi coordenada pela 2ª Delegacia Seccional de Parnaíba, com apoio da Delegacia de Combate às Facções, Homicídios e Tráfico (DFHT), Superintendência de Operações Integradas (SOI), Diretoria de Inteligência (DINT), Laboratório de Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) e Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO).
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