O clima político em Parnaíba ficou ainda mais tenso nos últimos dias. Vereadores da cidade aguardam um posicionamento do Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI), que investiga uma série de contratos suspeitos firmados pela Prefeitura Municipal, envolvendo valores milionários e possíveis irregularidades na atual gestão do prefeito Francisco Emanuel (Progressistas).
Segundo informações obtidas pelo Portal do Águia, o TCE-PI já notificou servidores e empresários citados em diferentes denúncias, abrindo prazo para apresentação de defesa. De acordo com fontes, o volume de denúncias sobre contratos e procedimentos administrativos teria aumentado de forma significativa, resultando em um cenário considerado “barrotado” de processos em análise.
Servidores e empresários já foram citados pelo Tribunal
Entre os nomes notificados está o secretário de Serviços Urbanos e Defesa Civil, Felipe da Silva Sousa, que recebeu citação oficial do Tribunal e terá 15 dias úteis, contados da publicação no Diário Oficial Eletrônico do TCE-PI, para apresentar sua defesa.
Também foi citada a servidora Bruna Fontenele de Oliveira, presidente da Comissão Especial de Contratação da Prefeitura. Ela é alvo de denúncia protocolada sob o processo nº 012195/2025, referente ao exercício financeiro de 2025, e igualmente terá 15 dias úteis para se manifestar.
Além deles, pelo menos três empresários supostamente envolvidos em contratos milionários sob investigação já teriam sido notificados para prestar esclarecimentos.
Informações preliminares apontam que o TCE-PI estaria analisando a hipótese de solicitar o afastamento temporário do prefeito Francisco Emanuel por até seis meses, enquanto as investigações avançam dentro da Corte de Contas. A medida, caso confirmada, teria como objetivo preservar a integridade da instrução processual.
Outros órgãos também apuram denúncias envolvendo a gestão municipal. O Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) conduz investigações paralelas envolvendo supostos contratos irregulares com empresas terceirizadas. Já o Ministério Público Federal (MPF) teria aberto procedimento para apurar a anulação de aproximadamente R$ 7,1 milhões do Fundeb, por meio do Decreto Municipal nº 268, de 29 de setembro de 2025. A medida teria provocado questionamentos sobre o uso de recursos destinados à educação.
Ainda segundo informações repassadas ao Portal do Águia, a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU) já teriam sido informados sobre o caso.
Com o avanço das investigações, vereadores da oposição — e até alguns da base aliada — aguardam um posicionamento formal do TCE-PI sobre o possível afastamento do prefeito.
Caso o afastamento seja determinado, o presidente da Câmara Municipal, vereador Daniel Jackson (Republicanos), assumirá a Prefeitura de forma interina por 30 dias, podendo convocar novas eleições caso o cargo permaneça vago.
Entre os parlamentares que já se manifestaram publicamente sobre a crise política estão os vereadores de oposição Zé Filho do Caxingó (MDB), David Souza (PV) e Fátima Carmino (PT). Eles afirmam estar prontos para protocolar um pedido de impeachment, caso as denúncias sejam confirmadas e se tornem robustas o suficiente para sustentar a cassação do mandato de Francisco Emanuel.
Próximos passos
O cenário segue em rápida evolução, com novos desdobramentos esperados nos próximos dias.
O Portal do Águia mantém espaço aberto para que o prefeito Francisco Emanuel e todos os citados nesta matéria apresentem suas versões ou esclarecimentos sobre os fatos.

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