Faltando poucos dias para o fim de 2025, Parnaíba vive um dos períodos mais críticos de sua história recente. Em 365 dias de gestão, a administração do prefeito Francisco Emanuel (PP) deixa como marca principal o abandono da cidade, a ausência de obras estruturantes e uma sucessão de escândalos envolvendo contratos milionários sob investigação.
Eleito com o discurso de dar continuidade ao legado do ex-prefeito Mão Santa, Francisco Emanuel rapidamente rompeu com o grupo político que o elegeu e passou a ignorar completamente os avanços conquistados em gestões anteriores. O resultado está nas ruas: Parnaíba estacionou no tempo.
Logo no início do mandato, o prefeito rompeu com o grupo Mão Santa, exonerando aliados e chegando a levantar suspeitas graves, ao insinuar que contratos estariam sendo realizados utilizando seu CPF sem o seu consentimento. As acusações geraram instabilidade política, mas, meses depois, a narrativa mudou.
Com o controle total da gestão, começaram a surgir contratos milionários suspeitos, agora sob responsabilidade direta da administração municipal.
O primeiro grande escândalo envolve a empresa Alpha Soluções e Distribuição Ltda., sediada em Fortaleza (CE), contratada para a aquisição do livro “Diálogo Inter-Religioso”, da Editora FTD.
O valor do contrato chamou atenção: R$ 3.070.483,00 (três milhões, setenta mil, quatrocentos e oitenta e três reais).
Diante dos indícios de irregularidades, o Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI) determinou a suspensão do pagamento, acendendo o alerta vermelho na gestão municipal.
Pouco tempo depois, uma segunda denúncia ainda mais grave veio à tona, envolvendo contratos com as empresas:
Grafcolor Indústria de Papel Ltda.
Gráfica J S Sobrinho Ltda.
Rei Gráfica e Editora Ltda.
Segundo levantamento técnico do TCE-PI, os empenhos somam R$ 2.581.009,01(dois milhões, quinhentos e oitenta e um mil, nove reais e um centavo), dos quais R$ 1.771.318,31(um milhão, setecentos e setenta e um mil, trezentos e dezoito reais e trinta e um centavos) já foram pagos, especialmente à empresa Rei Gráfica e Editora Ltda.
O maior empenho, no valor de R$ 810.295,10 (oitocentos e dez mil, duzentos e noventa e cinco reais e dez centavos), destinado à Grafcolor, ainda não foi pago, mas teve suspensão cautelar determinada pela relatora do processo, diante do risco de dano ao erário.
Ao todo, o TCE-PI investiga mais de cinco contratos com suspeitas de sobrepreço e irregularidades. A situação pode se agravar ainda mais após a abertura de novas apurações envolvendo contratos milionários nas áreas da saúde e educação.
O Tribunal de Contas do Estado já comunicou o Tribunal de Contas da União (TCU) sobre os indícios encontrados, o que pode levar à atuação direta da Polícia Federal, caso o MPF ou o próprio TCU solicitem à Justiça Federal busca e apreensão no Palácio Municipal.
Enquanto os escândalos se acumulam nos gabinetes, a população sofre. Falta medicamento nos postos de saúde, a educação enfrenta problemas graves, bairros estão tomados pelo lixo, ruas esburacadas, avenidas com canteiros desmoronando e nenhuma obra de impacto que justifique quase um ano de gestão.
Parnaíba não avançou. Pelo contrário, andou para trás. O que cresce na cidade são apenas as denúncias, investigações e suspeitas de corrupção.
Com o fim de 2025 se aproximando — restam apenas 19 dias para a chegada de 2026 — o clima nos bastidores políticos é de tensão. Fontes ouvidas pelo Portal do Águia não descartam afastamento do prefeito e até mesmo cassação do mandato por improbidade administrativa, caso as denúncias se confirmem.
O ano termina, mas os desdobramentos prometem ser ainda mais explosivos.
O Portal do Águia segue acompanhando e trará novas revelações a qualquer momento.
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