Uma nova onda de indignação toma conta do pequeno município de Ilha Grande do Piauí. A prefeita Marina Brito (Progressistas), ao lado do sobrinho e principal articulador político da gestão, Antônio Defriso Ramos Farias, assinou um contrato milionário para fornecimento de material gráfico — um gasto que chama atenção pela grandiosidade e pelo contraste com a realidade vivida pela população.
O contrato foi celebrado por meio da Adesão Nº 012/2025 à Ata de Registro de Preços Nº 007/2025, referente ao Pregão Eletrônico 007/2025 – PMLC/PI. A empresa contratada é a Mauro Sérgio Brito Vieira Ltda., inscrita sob o CNPJ 00.852.563/0001-08, pelo expressivo valor de R$ 1.734.121,75 (um milhão, setecentos e trinta e quatro mil, cento e vinte e um reais e setenta e cinco centavos).
A assinatura ocorreu em 21 de julho de 2025, com vigência de 12 meses.
Para uma cidade que soma 9.522 habitantes segundo estimativa do IBGE, o valor chama ainda mais atenção: significa, na prática, quase R$ 182 por morador destinados exclusivamente a material gráfico.
Enquanto a prefeitura investe alto em impressos, panfletos e materiais de divulgação, moradores relatam um cotidiano de precariedade nos serviços essenciais.
Ambulâncias desgastadas, sem ar-condicionado, realizam transportes de emergência para o pronto-socorro de Parnaíba e para o HEDA, expondo pacientes a riscos e desconforto.
Faltam medicamentos, insumos básicos e manutenção, obrigando a população a buscar atendimento fora do município.
Escolas com estruturas deterioradas e queixas de carência de materiais essenciais contrastam com o alto gasto em gráficos.
Moradores apontam que, enquanto a área administrativa se fortalece, a vida nas comunidades parece ter parado no tempo, e questionam se o contrato milionário realmente corresponde às prioridades locais.
Diante da repercussão e da suspeita de possíveis irregularidades, o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI) e o Ministério Público do Piauí (MPPI) estão sendo comunicados para que analisem a legalidade, necessidade e proporcionalidade da contratação.
Caso sejam identificados indícios de superfaturamento, desvio de finalidade ou incompatibilidade com as demandas reais da cidade, o episódio pode se transformar em uma das maiores crises políticas da gestão Marina Brito.
A revolta crescente gerou uma série de perguntas que a comunidade exige ver respondidas:
Por que gastar mais de R$ 1,7 milhão em material gráfico?
Qual a real urgência e finalidade desse contrato?
Quando a saúde, a educação e a infraestrutura receberão investimentos compatíveis com as necessidades da população?
Enquanto essas respostas não chegam, a bomba política já explodiu e Ilha Grande aguarda os próximos capítulos de um caso que promete abalar os bastidores do Delta do Parnaíba.


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