Dos 13 vereadores que participaram de uma reunião reservada com o prefeito de Parnaíba, Francisco Emanuel Cunha Brito (PP), no dia 17 de novembro de 2025, em um restaurante da cidade, 10 — que estavam presentes na sessão desta terça-feira (02/12) — votaram contra o requerimento apresentado pelo vereador David Soares (PV). O pedido solicitava que a Câmara encaminhasse ao Ministério Público do Piauí (MPPI) uma denúncia pedindo investigação sobre possíveis irregularidades na atual gestão.
Vereadores que votaram contra
Joãozinho do Trânsito (MDB)
Neta Castelo Branco (PP)
Batista do Catanduvas (PP)
Edcarlos Gouveia (PP)
Ronaldo Prado (Rede)
Francisco Bigode (PL)
Ruan Benício (União)
Samaronne Pinheirão (MDB)
Samara do Estevão (PL)
Geraldinho (União)
Origem do requerimento
O requerimento surgiu após a divulgação de um vídeo em que o próprio prefeito Francisco Emanuel admite que uma licitação que em 2024 custava um valor “X” passou a custar “2X e 3X” durante sua administração. Segundo vereadores de oposição, a declaração reforça suspeitas de superfaturamento e má gestão dos recursos públicos.
Possível blindagem ao prefeito
De acordo com informações apuradas pelo Portal do Águia, os vereadores que rejeitaram o requerimento estariam subordinados politicamente a dois parlamentares — um deputado estadual e outro federal — e atuariam para impedir que novas denúncias avancem no MPPI. Tanto o prefeito quanto os 13 vereadores já são alvo de investigações no órgão ministerial.
Mesmo diante do acúmulo de denúncias, auditorias e contratos sob suspeita, a base aliada continua se articulando para evitar um possível afastamento de Francisco Emanuel. A preocupação entre os vereadores cresce em meio ao cerco que se fecha sobre a gestão, com processos ativos no Ministério Público e no Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE-PI).
TCE-PI intensifica fiscalização
Uma fonte ligada à investigação informou que o TCE-PI já detectou movimentações consideradas suspeitas, incluindo atrasos no envio de documentações obrigatórias solicitadas ao prefeito. Auditores do Tribunal já realizaram duas diligências em Parnaíba em busca de informações sobre contratos cujos pagamentos foram suspensos.
Caso o prazo para entrega dos documentos não seja cumprido, os auditores devem retornar ao Palácio Municipal nos próximos dias.
Além do prefeito, empresas com contratos suspensos sob suspeita de irregularidades também foram notificadas e tiveram 15 dias para apresentar defesa.
Pessoas notificadas em outros processos
Outros integrantes da administração municipal também foram citados em processos que tramitam no TCE-PI, entre eles:
Lívia Pereira de Aguiar Loiola, no âmbito do Processo TC nº 012813/2025, que apura denúncias relacionadas à gestão municipal no exercício de 2025;
Bruna Fontenele de Oliveira, presidente da Comissão Especial de Contratação, que deverá se manifestar no Processo nº 012195/2025;
Felipe da Silva Sousa, secretário de Serviços Urbanos e Defesa Civil, citado para apresentar defesa em procedimento específico.
Possível afastamento no horizonte
Segundo a mesma fonte, a expectativa é de que um possível afastamento do prefeito Francisco Emanuel ocorra já no primeiro semestre de 2026, após o retorno dos órgãos de controle do recesso. O avanço das investigações no MPPI e no TCE-PI deve determinar os próximos passos.
OUTRO LADO
O Portal do Águia não conseguiu contato com os citados na matéria. O espaço segue aberto para esclarecimentos.
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