A gestão do prefeito de Caxingó, Magnum Fernando Cardoso dos Santos (PP), está no centro de uma grave polêmica envolvendo suspeitas de corrupção e favorecimento em processos licitatórios. Investigações preliminares e denúncias levantadas por fontes ligadas à administração municipal apontam para um possível esquema que beneficiaria sistematicamente três empresas específicas, que acumulam contratos milionários com a Prefeitura entre os anos de 2022 a 2025.
Segundo as denúncias, essas empresas, apelidadas de “campeãs de contratos”, seriam favorecidas por editais direcionados, com pouca concorrência e cláusulas restritivas, o que dificultaria a participação de outras empresas. O padrão de repetidas vitórias, valores elevados e prazos questionáveis chamou a atenção de órgãos de fiscalização, como o Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE-PI), que devem iniciar os primeiros levantamentos ainda neste mês de julho de 2025.
As empresas citadas nas denúncias são:
E. R. Aguiar Construções (CNPJ 30.352.456/0001-81), sediada em Pacujá-CE;
T C Duarte Filho – Planeta Auto Center (CNPJ 12.157.051/0001-00), de Buriti dos Lopes-PI;
Euridice Gomes Campelo de Melo (CNPJ 10.814.744/0001-01), com sede em Parnaíba-PI.
Além do favorecimento nas licitações, há indícios de vínculos pessoais ou políticos entre representantes dessas empresas e membros da atual administração como o pregoeiro Atanásio José Dourado de Sousa, o que pode configurar um suposto esquema de conluio para fraude à licitação e desvio de recursos públicos.
As suspeitas ganharam ainda mais força após uma série de reportagens investigativas publicadas pelo jornalista Ernande Souza, do Portal do Águia, que vem revelando informações detalhadas sobre os contratos firmados pela Prefeitura. Em vez de esclarecer os fatos à população, o prefeito Magnum Cardoso ajuizou uma ação judicial contra o jornalista medida vista por entidades de imprensa e pela sociedade civil como uma tentativa de intimidação à liberdade jornalística.
Importante destacar que toda a documentação referente aos pregões eletrônicos, extratos de contratos e notas de empenho emitidos entre 2022 e 2025 está devidamente arquivada e protegida nos arquivos do Portal do Águia, onde permanecerá à disposição para análise pericial das autoridades competentes, caso as investigações avancem.
A denúncia mobilizou vereadores da oposição, movimentos sociais e entidades de fiscalização, que exigem uma apuração rigorosa e imparcial por parte do MPPI, do TCE-PI e da Controladoria-Geral da União (CGU).
Durante audiência realizada no dia 25 de junho de 2025, o prefeito levou como testemunha o servidor Atanásio José Dourado de Sousa, que negou, sob juramento, qualquer vínculo com a gestão municipal. No entanto, uma apuração do jornalista revelou que Atanásio ocupa, simultaneamente, dois cargos na prefeitura: um no setor de Recursos Humanos (RH) e outro no Departamento de Licitações, sendo ele o responsável direto pelos certames.
A revelação coloca sob suspeita todos os processos licitatórios conduzidos por Atanásio, especialmente um contrato firmado com a empresa J K Empreendimentos Ltda, no valor de R$ 3.174.792,66 (Três milhões, cento e setenta e quatro mil, setecentos e noventa e dois reais e sessenta e seis centavos), para serviços de manutenção de espaços públicos e vias urbanas.
O caso já é alvo de investigação por parte do MPPI.
Enquanto isso, cresce entre os moradores de Caxingó o clamor por transparência, responsabilidade na gestão pública e respeito aos princípios da administração, em meio às crescentes dúvidas sobre o uso do dinheiro público no município.
OUTRO LADO
Portal do Águia não conseguiu contato com os citados.
Segue espaço aberto para esclarecimentos sobre o caso narrado nesta matéria.
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