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2 de julho de 2025

Prefeitura de Chaval-CE lança pregão de mais de R$ 8 milhões para compra de medicamentos e levanta questionamentos sobre uso dos recursos

Aquisição milionária ocorre em município com pouco mais de 12 mil habitantes; população cobra transparência na aplicação do dinheiro público
O prefeito da cidade de Chaval, no estado do Ceará, Carlin Gomes (PSD), publicou no Diário Oficial do Município no dia 13 de maio de 2025 o Pregão Presencial nº 10003/2025, no valor global de R$ 8.052.435,19 (Oito milhões, cinquenta e dois mil, quatrocentos e trinta e cinco reais e dezenove centavos). O objeto da licitação é a aquisição de medicamentos e materiais médico-hospitalares para atender as necessidades das unidades de saúde do município. A abertura dos envelopes aconteceu no dia 23 de maio de 2025, no auditório da Prefeitura Municipal.

O valor elevado da licitação gerou surpresa e críticas por parte da população local. Segundo o Censo de 2022, Chaval possui apenas 12.462 habitantes, sendo um dos menores municípios do litoral cearense. Para muitos moradores, o montante é disproporcional à realidade do município, que conta com um hospital e algumas Unidades Básicas de Saúde (UBS).
Especialistas ouvidos pela reportagem apontam que, com pouco mais de R$ 8 milhões, seria possível abastecer toda a rede pública municipal com medicamentos e insumos por cerca de quatro anos, considerando os gastos médios históricos de cidades de porte semelhante.

Além disso, há relatos recorrentes de falta de medicamentos e insumos básicos nas UBS e no hospital da cidade, o que levanta ainda mais dúvidas sobre a eficácia da gestão desses recursos em anos anteriores. “É um valor altíssimo para uma cidade pequena como a nossa. Mesmo com tanto dinheiro, a gente continua indo à farmácia pública e voltando de mãos vazias”, relata uma moradora da sede de Chaval.

A licitação também chama atenção pelo curto intervalo entre a publicação do edital e a abertura dos envelopes, com apenas 10 dias de diferença, o que pode dificultar a ampla concorrência entre empresas fornecedoras.
População pede investigação

Diante da repercussão, moradores e lideranças locais pedem que órgãos de controle como o Ministério Público e o Tribunal de Contas do Estado acompanhem de perto a execução desse contrato. "Não somos contra investir na saúde, mas queremos clareza, fiscalização e resultados visíveis para a população", reforçou um representante comunitário.

OUTRO LADO

A reportagem procurou a Prefeitura de Chaval para esclarecimentos sobre a destinação detalhada do recurso, a estimativa de consumo dos medicamentos, o período de duração do contrato e os critérios de escolha das empresas participantes. Até o momento, não houve retorno.



O espaço segue aberto para manifestações da gestão municipal.

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