Em uma decisão que gerou forte reação nas redes sociais e indignação popular, a Câmara Municipal de Parnaíba aprovou, na última quarta-feira (30/07), uma suplementação orçamentária que ultrapassa R$ 1 bilhão para a Prefeitura, chefiada pelo prefeito Francisco Emanuel. O projeto foi aprovado por 17 dos 19 vereadores, autorizando um aumento de 8% para 26% no orçamento do Executivo — mesmo sem a devida transparência sobre os recursos anteriormente liberados.
Com esse novo percentual, o prefeito poderá realocar cerca de R$ 260 milhões do orçamento municipal por decisão própria, sem precisar de nova votação na Câmara. A medida levanta sérias preocupações sobre transparência e controle dos gastos públicos.
Em março deste ano, os parlamentares já haviam aprovado um acréscimo de 8% ao orçamento. No entanto, sem que a população fosse informada sobre como esse valor foi utilizado, o Executivo voltou a solicitar, em regime de urgência, um novo e expressivo reforço financeiro.
Dos 19 vereadores da Casa, apenas dois votaram contra o projeto: Fátima Carmino (PT) e David Soares (PV). Ambos foram amplamente elogiados nas redes sociais por manterem uma postura firme e independente, sendo apontados como exemplos de integridade e respeito ao papel fiscalizador do Legislativo.
Enquanto isso, os 17 parlamentares que votaram a favor — incluindo tanto membros da base aliada quanto da chamada oposição — passaram a ser criticados por “assinar um cheque em branco” para o gestor municipal. Muitos deles, durante suas campanhas, prometeram atuar como fiscais do povo, mas agora são acusados de se renderem aos interesses do Executivo.
A desconfiança aumentou após um dos vereadores, que inicialmente articulava uma emenda para limitar o repasse a 15%, recuar e aderir ao percentual total de 26% solicitado pelo prefeito. “É difícil confiar em quem muda de posição da noite para o dia, principalmente em uma matéria tão delicada”, comentou um cidadão nas redes sociais.
Além da polêmica suplementação, a gestão de Francisco Emanuel tem sido marcada por denúncias e escândalos. Mesmo prestes a completar oito meses de mandato, a população ainda não viu uma obra significativa realizada. Ruas continuam esburacadas, muitas ainda sem asfalto, e bairros inteiros enfrentam abandono e infraestrutura precária.
Outro episódio de grande repercussão estadual foi a compra de uma caminhonete Hilux por R$ 300 mil, registrada em nome de uma empresa que, segundo a Junta Comercial, pertencia ao próprio Francisco Emanuel até abril de 2024, quando ele transferiu suas cotas para um primo de apenas 22 anos. Apesar das suspeitas, a Câmara não instaurou nenhuma comissão para investigar o caso.
A falta de transparência e de fiscalização por parte da maioria dos vereadores levanta questionamentos sobre o real compromisso do Legislativo com a população. “O que há entre os vereadores e o prefeito que impede qualquer investigação?”, indaga um morador em um comentário que viralizou.
A população segue vigilante, cobrando respostas e, principalmente, ações concretas de quem prometeu representar os interesses do povo.
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