A Polícia Civil do Piauí instaurou, nesta terça-feira (09/12), um inquérito para investigar o secretário municipal de Saúde de Ilha Grande do Piauí, Pedro Raimundo Firme Filho, acusado de incitação à violência contra a servidora pública Maria José Lima dos Santos.
A denúncia foi registrada após a funcionária afirmar ter recebido uma mensagem do secretário no WhatsApp com teor ofensivo e incentivando o suicídio. Em um dos prints apresentados por Maria José, o secretário teria escrito:
“MJL, pega uma corda e te enforca, choro é livre.”
O episódio ganhou ainda mais gravidade porque o Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) já realizou, recentemente, campanhas de prevenção ao suicídio — e a postura do gestor municipal vai na contramão das diretrizes de proteção à vida.
Na manhã desta terça-feira, Maria José compareceu ao Complexo de Delegacias de Parnaíba, onde registrou um Boletim de Ocorrência contra o secretário. Em seguida, foi aberto um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), que dará origem a um processo criminal.
Com base no pedido da vítima, a Polícia Civil deverá instaurar um inquérito com caráter de urgência, investigando Pedro Raimundo pelo crime de incitação à violência e violência psicológica contra a mulher.
Segundo Maria José, ela é alvo de perseguição política dentro da gestão da prefeita Marina Brito. Denúncias semelhantes têm sido relatadas por outros servidores municipais.
Relatos apontam que funcionários que denunciam irregularidades na Secretaria de Saúde estariam sendo alvo de Processos Administrativos Disciplinares (PADs) com o objetivo de afastá-los dos cargos. Diversos servidores já teriam sido exonerados após a abertura desses processos.
Entre os casos mais graves está o de um servidor com 26 anos de serviço público, atualmente respondendo a um PAD depois de denunciar falhas na administração municipal. A própria Maria José também já teria sido alvo de procedimento semelhante.
Moradores e servidores descrevem o cenário como uma verdadeira “caça às bruxas” contra quem expõe problemas na gestão pública.
Enquanto denúncias se acumulam, o sistema de saúde de Ilha Grande enfrenta uma crise estrutural. De acordo com servidores, a frota de ambulâncias está em situação crítica:
Uma ambulância roda em condições precárias, colocando em risco pacientes e socorristas.
Outra ambulância está há mais de dois anos parada em uma oficina, com motor danificado.
A única ambulância em funcionamento seria uma Fiorino, veículo pequeno e, segundo denúncias, com documentação irregular.
A precariedade coloca em xeque a segurança e a qualidade do atendimento prestado à população.
Diante das inúmeras denúncias, o Portal do Águia está realizando uma auditoria detalhada sobre todos os repasses federais destinados à saúde do município desde o início do primeiro mandato da prefeita Marina Brito até 2025.
Após a conclusão do dossiê, toda a documentação será encaminhada ao Ministério Público Federal (MPF) para que seja iniciada uma investigação mais ampla sobre o uso dos recursos públicos.
OUTRO LADO
Não conseguimos retorno do citado nesta matéria.
Segue espaço aberto para nota de esclarecimento sobre o caso narrado

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